terça-feira, 10 de junho de 2008

CAPÍTULO VII - o lado «negativo» da(s) campanha(s)

O acto eleitoral envolve um conjunto de técnicas e procedimentos que conduzem os políticos numa luta desenfreada pelo maior número de votos. A opinião pública é tida como referência numa esfera em que vale tudo, mas mesmo tudo, até mesmo o que não tem que ver com a política. Acusações (implícitas ou explicitas), insinuações e, porque não, os rumores fazem parte da estratégia. E estamos não perante uma campanha, mas defronte com uma campanha negativa. Em «Os Homens do Presidente» é vísivel essa situação entre Vinick e Santos. Os dois são candidatos e o «clima aquece» quando Santos vê num canal televisivo um depoimento seu acerca do aborto. No entanto, ao que parece está descontextualizada. Outra das formatações da campanha negativa é usar o poder da palavra, ainda que distorcido, se disso depender mais um voto. Os ataques políticos começam [e mesmo os que políticos não são]. O jantar de Al Smith está próximo e o recurso a figuras e/ou associações faz-se, tendo como intuito "atrair pessoas à reunião politica e fazer com que esse publico aí permaneça até á intervenção do líder"[1]
Bruno, antes do Jantar, diz mesmo que o partido de Vinick "tem cinco anúncios negativos que arrasam completamente com o Santos", só que o líder não quer recorrer aos "golpes políticos" para ganhar ao opositor. As negociações são uma constante entre ambas as facções, e os novos planos sucedem-se, mas para Vinick o que interessa é ganhar sem «truques». Santos pede para tirar o «falso» anúncio do ar e quer "que haja um contra-ataque preparado para amanha". No entanto, não é isso que acontece. Apesar de dizer "vamos atacá-lo e com toda a força", Santos acaba por ter uma conversa com Vinick antes do início do discurso, na noite do jantar, e esclarecem que o debate vai ser marcado... mas sem recorrer a truques ou a campanhas negativas. Também em «Boris» a campanha negativa é enfatizada. No decorrer do período eleitoral Joe, Dick e Geoge propõe avançar com a campanha negativa; porém, Tatiana, a filha de Ieltsin, não aceita e diz que apenas fazem campanha «positiva». Em Portugal, a campanha negativa chegou a ser utilizada, mas os efeitos não foram os pretendidos, o que quer dizer que os EUA continuam a ser um grande foco de apresentação.




Caso: Campanha negativa prejudica Hillary e Obama, que continuam empatados


[1] Vítor Gonçalves; Nos bastidores do Jogo Político: O poder dos assessores; Coimbra; Minerva; 2005; pg.105.

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